Don Tapscott
A web desafia velhos monopólios e desequilíbrios de poder.
Graças principalmente à internet, monopólios de longa data e desequilíbrios de poder estão sendo desafiados à medida que mais pessoas, de mais regiões do mundo, se conectam, colaboram e competem no palco global. Jovens em toda parte questionam as tradições de instituições veneráveis, como a universidade, os jornais, as organizações médicas e todo o aparato do governo representativo.
Setores industriais com dificuldades, a exemplo de energia e transportes, estão no meio de uma profunda mudança enquanto a era digital revela novas oportunidades para acelerar a pesquisa e a colaboração em torno de alternativas sustentáveis.
No futuro, vamos olhar para o período atual como um tempo em que o mundo iniciou uma transição histórica do capitalismo industrial para um novo tipo de economia baseado em novos princípios e novas formas de pensar e agir. Alguns, obviamente, vão dizer que os efeitos de longo prazo dessas mudanças são difíceis de prever com precisão. Pode ser verdade, mas vale lembrar que o futuro é algo para se alcançar, não para predizer. E, no meio da névoa e da confusão, começam a se revelar os contornos de novas formas de organização humana, tão revolucionárias quanto aquelas trazidas pela invenção da imprensa há cinco séculos. Graças ao novo meio global de colaboração e a um nível de conectividade social sem precedentes, as pessoas em empresas, governos e na sociedade como um todo têm poderosas ferramentas para reinventar as instituições com base em novos princípios organizacionais.
Em cada situação, estamos vendo como a nova era de inteligência mostra que as abordagens convencionais são insuficientes e, muitas vezes, completamente inadequadas. A inovação colaborativa, por exemplo, está matando, nas escolas de negócios, a velha mentalidade de planejar e tocar em frente. Os cidadãos que criam as políticas e serviços provam que o estilo “tamanho único” de governo é um anacronismo. As universidades do século 21 se parecem cada vez mais com uma rede global do que com uma torre de marfim. E, assim como os jornalistas agora convivem com um ecossistema muito mais amplo de produtores de conhecimento, comunidades auto-organizadas de pacientes e uma ênfase maior em educação e medicina preventiva estão começando a melhorar os cuidados convencionais com a saúde.
Em meu ponto de vista, já chegaram o tempo e as ferramentas para que cada um de nós possa abraçar a transformação em nossas casas, comunidades e locais de trabalho.