Rogerio Neiva e Talita Abrantes, para Exame.com
SÃO PAULO - O concurso público é uma ferramenta que busca garantir a isonomia
no acesso aos cargos públicos, de forma a evitar privilégios e favorecimentos.
A lógica de seleção é diferente daquela seguida pelas empresas privadas.
Nelas, conta pontos a favor do candidato cada detalhe a mais no currículo – como
um curso de MBA.
Já no concurso público o que importa é o quanto o candidato se apropriou e
manteve os conhecimentos exigidos – e como ele demonstra isso durante os exames.
Tudo sem que um diploma a mais influencie o resultado final.
Além disso, o modelo de estudos de um curso de MBA é diferente do tipo de
conhecimento exigido nos concursos públicos. A propostas destes cursos é
instigar o pensamento crítico e a construção de conhecimento. Já o estudo para o
concurso tende a exigir do candidato mais a apropriação do conhecimento
existente do que a sua crítica e construção de novos conceitos.
No entanto, não podemos afirmar que os cursos de MBA em nada contribuem para
que um profissional encare um concurso público.
Isso porque há dois possíveis modelos de prova para concursos públicos. No
estilo voltado para os conteúdos, geralmente adotado em provas objetivas, se
exige do candidato apenas a disponibilidade de um conceito.
Já no modelo operatório, mais presente em exames dissertativos, coloca-se um
problema para o candidato apresentar uma solução. E, neste ponto, cursos de MBA
podem servir de base para que os candidatos resolvam essas questões.
Mas é preciso lembrar que o estilo de curso, perfil de professores e colegas
de sala será diferente dos cursos especializados em concursos públicos. Além
disso, o candidato deve valorizar todo o conteúdo que pode ser cobrado nas
provas do concurso.
Agora, em alguns casos, o candidato pode sair na frente na classificação caso
tenha uma pós-graduação latu sensu ou stritu sensu. Mas isso depende das regras
do edital e tem efeito classificatório, não eliminatório.