Roupas eletrizantes
O conceito de roupas inteligentes e computadores de vestir - nos quais a
eletrônica é embutida nas roupas - tem sido objeto de pesquisas há bastante
tempo.
Mas será possível que, no futuro, possamos plugar nosso telefone celular ou
nosso tablet em nossa própria roupa, em vez de usar uma tomada para recarregar
suas baterias?
Não é uma ideia totalmente sem fundamento. A equipe do Dr. Zhong Lin Wang, do
Instituto de Tecnologia da Georgia, vem trabalhando em nanogeradores há anos,
materiais que estão ajudando a viabilizar um outro conceito, o de colheita de
energia.
Colheita de elétrons gera energia para componentes optoeletrônicos
Supercapacitor flexível
Agora, Wang juntou esforços com pesquisadores da Samsung para criar um
protótipo de sistema de armazenamento de energia que é totalmente flexível,
adequado para ser incorporado no meio de tecidos.
Tecnicamente o material não é uma bateria, mas um supercapacitor, feito de
nanofios de óxido de zinco, crescido sobre fibras sintéticas que podem ser
usadas na confecção de roupas.
Os supercapacitores há muito são vistos como uma alternativa interessante às
pilhas e baterias recarregáveis para o armazenamento de energia. Eles suportam
um número virtualmente infinito de ciclos de carga e descarga e, principalmente,
são recarregados de forma quase instantânea.
Mas ninguém havia conseguido fabricar supercapacitores flexíveis e leves como
os que foram agora apresentados.
O "micro-supercapacitor" eletroquímico usa nanofios de óxido de zinco como
eletrodos - um deles apoiado em uma fibra de plástico comum e o outro em uma
fibra de Kevlar, o material usado para fazer roupas à prova de balas.
Coberturas adicionais de manganês e ouro melhoram o desempenho do
dispositivo.
As fibras são a seguir incorporadas em um eletrólito sólido-gel que mantém os
dois eletrodos separados e permite o transporte das cargas elétricas.
Várias dessas fibras são então processadas para formar um fio, que pode ser
tecido no formato desejado.
Roupas que guardam eletricidade
O óxido de zinco tem várias vantagens sobre os materiais convencionalmente
usados nos supercapacitores: ele pode ser cultivado em qualquer substrato, em
qualquer formato, sob baixa temperatura (abaixo de 100 ° C) e é simultaneamente
biocompatível e ambientalmente amigável.
Uma aplicação particularmente interessante seria a utilização desse novo meio
de armazenamento de energia em conjunto com os nanogeradores flexíveis que Wang
e sua equipe já desenvolveram.
Os batimentos cardíacos, os passos, ou até mesmo um vento leve seriam
suficientes para movimentar os nanogeradores piezoelétricos gerando corrente
elétrica que poderia ser armazenada nos supercapacitores incorporados nas fibras
dos tecidos.
A energia seria direcionada para um conector e utilizada para alimentar
equipamentos portáteis de baixo consumo de energia.
Mas se você é exigente em termos de roupas, e não gostaria de usar uma roupa
de tecido sintético, há outras alternativas mais confortáveis.