São Paulo - Um relatório do
setor de software dos Estados Unidos divulgado na quarta-feira criticou Brasil,
China e Índia por políticas que diz ameaçar o futuro da computação em nuvem, mas
também tomou por alvo países desenvolvidos como a Alemanha, que se haviam saído
bem em sua avaliação inicial.A Business Software Alliance (BSA), que
representa pesos pesados do software nos EUA como a Microsoft, informou que o
Brasil ficou no último lugar entre os 24 países pesquisados, com 35,1 pontos de
um total de 100 possíveis, devido a políticas em áreas como livre comércio,
segurança, privacidade de dados e combate a crimes de computação.
A Índia, que abriga o segundo maior setor mundial de software, inferior
apenas ao dos Estados Unidos, e a China, cujo setor de tecnologia de informação
e comunicações deve dobrar e movimentar 389 bilhões de dólares até 2015, também
estavam entre os seis últimos colocados, com 50 e 47,5 pontos, respectivamente.
Computação em nuvem é um termo que abarca software, armazenagem, poder de
processamento e outros serviços prestados via Internet a clientes, por centrais
de dados remotas.A demanda por software em nuvem vem subindo rapidamente porque
essa abordagem permite que as companhias comecem a utilizar software novo mais
rápido e a custo mais baixo do que o dos produtos tradicionais, instalados nas
máquinas do cliente.
Um grande propósito do relatório é unir a "comunidade internacional da
tecnologia em torno da necessidade de uma maior harmonização de leis, para que
uma nuvem verdadeiramente mundial possa existir", disse Robert Holleyman,
presidente da BSA.
O Brasil marcou apenas 1,6 de 10 pontos possíveis quanto a políticas de
combate a crimes de computação, uma área que deve se tornar um desafio cada vez
maior, porque mais e mais informações estarão concentradas em grandes centrais
de dados, o que as torna alvos atraentes.
Japão teve a maior nota geral, de 83,3 pontos, seguido por Austrália,
Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Coreia do Sul, todos
pouco abaixo dos 80 pontos.
Mesmo que o Brasil tenha ficado em último no estudo, Holleyman se declarou
mais otimista quanto a reformas no país do que na China.
"Há provavelmente maior oportunidade de avanço no Brasil, se demonstrarmos as
lacunas que vemos no momento e o efeito negativo que essas políticas terão sobre
a economia do país", disse. "Em outros mercados, especialmente a China, o
desafio será maior", acrescentou.
A íntegra do relatório está disponível em
www.bsa.org/cloudscorecard.