São Paulo - Só ´mais meia
horinha´ pode sim fazer a diferença. Segundo uma pesquisa da Universidade
Brigham Young, nos Estados Unidos, jogos online, como World of Warcraft ou Call
of Duty, são grandes fontes de tensão e descontentamento no casamento.Nada
menos que 75% dos parceiros - principalmente as mulheres - de jogadores virtuais
gostariam que eles passassem menos tempo salvando o mundo e se dedicassem mais
às atividades conjugais
"É senso comum que muitos casais enfrentam problemas em torno dos games,
principalmente quando os maridos são viciados na jogatina. O impacto é claro",
afirma Neil Lundberg, professor responsável pela pesquisa. "Descobrimos que o
problema não é quantas horas a pessoa passa jogando, mas sim como esse período
impacta a relação entre o casal", completa ele.
O jogo, afirma a pesquisa, pode tomar o tempo das conversas e atividades
feitas em conjunto, momentos que aproximam o casal. Com isso, um dos cônjuges se
sente abandonado.
Clube do Bolinha
E, quase sempre, é a mulher que fica de fora da festa. Os pesquisadores
entrevistaram 349 casais em que ao menos um dos indivíduos é um jogador
contumaz. Em 84% dos casais, esse é o homem. E no caso de casais que jogam
juntos, em 73% dos casos o homem joga durante períodos maiores.
Chamar a esposa para a brincadeira, aliás, é a saída encontrada pelo estudo
para resolver o problema na maioria dos casos. O jogo online tem um efeito
positivo na vida de 76% dos casais que compartilham o joystick. Os jogadores,
afirmam os pesquisadores, gostam de interagir com seus avatares — sua persona
virtual — no universo online.
"Nem todos os videogames são ruins", afirma Michelle Ahlstrom, uma das
autoras. "Alguns são divertidos e podem fortalecer a relação com o companheiro.
É preciso considerar o conteúdo do jogo, quanto tempo ele exige, como ele afeta
o trabalho, o sono e, sobretudo, a relação matrimonial", aconselha Ahlstrom.