A editora de inovações e tendências do Google+, Caroline McCarthy, subiu ao palco do Social Media Week, em São Paulo (SP), na segunda-feira à noite para falar sobre as redes sociais estão inseridas no contexto digital e real das pessoas hoje. Ela comparou os espaços online com cidades, falou sobre a camada social que vai se integrar à web no futuro e revelou números sobre a rede social do gigante de buscas.
"No futuro das mídias sociais não vamos mais ficar falando sobre mídias sociais - e desculpem, sei que o evento é sobre isso", afirmou, com bom humor. Depois, explicou que o tema não vai mais estar em pauta porque tudo na web será social. "O social não vai ser diferente do digital", resumiu. Segundo ela, a camada social da internet vai permitir que "nossas vidas digitais pareçam-se muito mais com nossas vidas reais".
A nova-iorquina mencionou grandes cidades e como as pessoas interagem nelas. "Queremos transformar os espaços digitais em locais atrativos e conectados como os locais físicos", resumiu, "queremos conectar quaisquer 'esquinas' da web". Ela comparou Manhattan, principal ilha de Nova York, que tem um milhão de habitantes, a São Paulo, com 11 milhões (sem região metropolitana), e explicou que o trabalho da equipe do Google+ é como o de urbanistas desses lugares. "Tentamos entender como as pessoas se movem pelos caminhos da internet e como podemos conectar essas áreas", comentou.
Caroline disse que a camada social que o Plus pretende levar para a web é uma forma de levar ao mundo digital as equivalências do que "torna o mundo real e as cidades tão excitantes e dinâmicas". Segundo ela, a rede social é chamada de "projeto" porque a intenção do gigante de buscas é que seja "viva", como os espaços urbanos. "É muito mais sobre os usuários do que sobre a tecnologia", definiu.
Questionada sobre o que o Google+ oferece de diferente em relação ao Facebook, Caroline foi categórica: "não nos comparamos com eles, eles são muito bem sucedidos, mas nosso objetivo é diferente", garantiu. "Queremos adicionar uma camada social à internet como um todo, não apenas criar um destino para os usuários", detalhou. "A diferença para o Facebook vai ficar mais evidente quando o Plus evoluir, quando levarmos a camada social às 'esquinas' da internet onde ela ainda não está", finalizou.
A editora contou que começou a construir sites aos 12 anos, e se tornou ativa em redes sociais em 2001, pelo Live Journal. "Depois fui trabalhar como jornalista no CNET, tinha um blog sobre inovações e mídias sociais, mas levou um ano até percebemos que o tema social media tinha mesmo vindo para ficar e não era só uma moda da web", recordou.
No Google, ela iniciou em outra equipe e depois foi trabalhar com no Projeto Google+. "Quando cheguei, o site ainda não era público, mas o registro de funcionários já tinha acabado, então tive que esperar como todos os usuários", revelou. Na nova vaga, ela diz que precisou aprender as razões do gigante de buscas para investir na rede social. "Há muita convicção na ideia de fazer a web um espaço mais social", resumiu.
Caroline mencionou que hoje o Google+ tem 90 milhões de usuários, 60% dos quais entram na rede social todos os dias, sendo que 7,2 milhões fazem login ao menos uma vez por semana. "O botão '+1' é clicado cinco bilhões de vezes ao dia, e as páginas corporativas já somam um milhão", enumerou. Segundo ela, são 3,4 bilhões de fotos enviadas ao Plus todos os dias. "Os fotógrafos adoram o Plus e estão constantemente se conectando uns aos outros", destacou. "Não sei o que os atrai, talvez o fato de que nosso formato de galerias é ótimo, ou quem sabe a possibilidade de postar fotos em alta resolução", opinou. Não há números específicos do Brasil, de acordo com a editora porque a rede social ainda não tem estatísticas por país ou região.
Ela destacou ainda alguns cases no uso da ferramenta de videochat Hangouts, e reforçou as possibilidades de comunicação que oferece. Questionada sobre o que o serviço representa para os usuários da rede social em dispositivos móveis, Caroline disse que o uso ainda é baixo, o que atribuiu ao fato de as pessoas ainda não terem experimentado o produto. "Antes, os smartphones tinham baterias pobres, que acabavam rápido quando se tentava usar chamada com vídeo; as coisas melhoraram, mas as pessoas ainda têm medo", ponderou. "O videochat está pegando, mas as pessoas precisam superar esse preconceito com as baterias", finalizou.
Na seção de perguntas e respostas que se seguiu à palestra, a editora foi questionada sobre por que o Orkut teria feito tanto sucesso no Brasil e não teria decolado em outros países. "Essa pergunta deveria ser feito a algum guru antropológico", brincou. Depois, explicou que não estava no Google há tanto tempo para saber detalhes, mas que uma das coisas que aprendera no Brasil - país que visita pela primeira vez - é que "as pessoas realmente abraçam as redes sociais muito rapidamente". "Acho que o Orkut se popularizou aqui antes de os americanos adotarem massivamente o uso de redes sociais", opinou.