Descarga sem águaCientistas de Cingapura
desenvolveram um sistema de tratamento de esgotos que produz
fertilizantes e eletricidade, é autossuficiente no fornecimento
de água e não polui.
A privada possui dois compartimentos, que separam os dejetos
líquidos dos sólidos.
Usando uma tecnologia de sucção a vácuo, similar à utilizada
em aviões, o sistema precisa de apenas 0,2 litro de água em cada
descarga, uma fração do que é necessário nos sistemas
tradicionais.
Wang Jing-Yuan e seus colegas da Universidade Tecnológica de
Nanyang estimam que, se for instalada em um banheiro público,
com 100 descargas por dia, o novo vaso sanitário poderá
economizar 160.000 litros de água por ano.
Fertilizantes e eletricidade
Mas o vaso sanitário não funciona sozinho. Para uma
otimização de todo o sistema, ele deve abastecer uma unidade de
reprocessamento capaz de aproveitar os dejetos.
Os dejetos sólidos serão processados por biorreatores, onde
gerarão um biogás rico em metano, que será queimado para gerar
eletricidade.
Os dejetos líquidos irão para uma planta de processamento,
onde serão usados na produção de fertilizantes, com a
recuperação de nitrogênio, fósforo e potássio.
A água restante será redirecionada para reúso pelo próprio
sistema, servindo para novas descargas.
A ideia é que não apenas o sistema atinja autossuficiência em
água, mas que a água restante possa ser redirecionada para
outros usos públicos, incluindo banheiros do tipo antigo.
Vontade política
Em Cingapura, o projeto está recebendo US$10 milhões do
governo apenas para uma etapa inicial de testes.
Ele deverá ser implantado em hotéis, resorts e comunidades
isoladas, sem interligação com os sistemas tradicionais de
esgoto.