"Telas touchscreen e e-readers nunca vão
pegar", disse Bill Gates em 1998, quando um
dos engenheiros da Microsoft apareceu com um
protótipo do dispositivo, que já continha
tela touchscreen (pois o engenheiro já
considerava que teclados seriam dispensados
futuramente). De acordo com o jornal
britânico
Daily Mail, essa é uma das
histórias que foram reveladas à revista
norte-americana
Vanity Fair, que está
preparando uma reportagem sobre a "ruína" da
Microsoft.
Ao rejeitar o e-reader no final
da década de 1990, classificando-o como um
dispositivo "sem importância" e reclamando
da interface do mesmo "porque não tem a cara
do Windows", Gates deixou de lado a
oportunidade de investir em um mercado que,
atualmente, só no Reino Unido, já é estimado
em um equivalente de mais de US$ 377
milhões.
Gates pode ter se arrependido do que
disse, ao ver que cada vez mais fabricantes
de dispositivos móveis abrem mão do teclado
e usam somente touchscreen - mesmo que a
primeira versão do Kindle, o e-reader da
Amazon, lançada em 2007, viesse com um
teclado embutido.
Alguns anos depois do episódio do
e-reader, mais uma vez a Microsoft falhou,
ao não vislumbrar o verdadeiro potencial das
mensagens instâneas na internet, que hoje em
dia são bastante populares. Um dos
engenheiros não via porquê as pessoas iriam
querer compartilhar algumas poucas palavras
- o que acabou sendo exatamente a fórmula de
sucesso usada pelo Twitter.
Entretanto, sabe-se que o fundador da
Microsoft nunca foi tão dado a inovar e se
arriscar como o cofundador da Apple, Steve
Jobs, morto em 2011, vítima de um câncer.
Jobs, por exemplo, conseguiu se antecipar e
até mesmo revolucionar o mercado de música
ao lançar o mp3 player iPod.
Já Gates é incluso por muitos na lista
dos empresários que chegam a ser cômicos por
suas más decisões. É o caso de um homem
chamado William Orton, que foi presidente
Western Union Telegraph Company, que em 1876
não viu mais que um brinquedo na invenção de
Alexander Bell, no caso, o telefone.
Na década de 1960, foi a vez do então
chefe da gravadora Decca A&R, Dick Rowe,
falar algo semelhante ao que Gates disse
posteriormente sobre e-readers e telas
touchscreen, só que em relação à música. "As
bandas com guitarras estão de saída", disse
Rowe em 1968, a respeito de ninguém menos
que os Beatles.