O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis,
diretor do laboratório de neuroengenharia da
Universidade de Duke, nos Estados Unidos, acredita
que em poucas décadas os Jogos Olímpicos serão um
só, sem a distinção entre Olimpíada e Paralimpíada.
Ele participou nesta quinta-feira do Festival de
Ideias 2012, realizado pela Fundação Telefônica Vivo
em parceria com o Centro Ruth Cardoso e com o Itaú
Cultural."Daqui algumas décadas, não teremos mais
Olimpíada e Paralimpíada. Será uma coisa só", diz
ele, apostando no avanço da tecnologia e da ciência
para permitir que os atletas possam competir em
igualdade de condições. É de Nicolelis o projeto de
que a abertura da Copa do Mundo do Brasil, em 2014,
seja feita por um adolescente tetraplégico, usando
uma roupa robótica desenvolvida por sua equipe. Ao
garoto caberá dar o pontapé inicial da competição.
Essa roupa robótica será controlada pelo pensamento.
O neurocientista se emocionou ao falar sobre o
seu projeto e diz esperar que ele esteja pronto para
a abertura da Copa. Já foram iniciadas negociações
com o governo brasileiro e com a Fifa para que ele
seja apresentado ao mundo no início da competição
mundial.
"O Brasil é um universo que já deu ao mundo
Santos Dummont, Carlos Drummond de Andrade, Vital
Brasil... Muita gente vai esperar escola de samba,
atletas de futebol, mas de repente podemos ter um
gol científico", disse ele.
Nicolelis prevê que o dia 12 de junho de 2014
possa ser uma data histórica, muito além da abertura
da Copa do Mundo. "Quando o Brasil entrar em campo,
será um gol da ciência brasileira dado por um
brasileiro que até aquele momento não tinha a
possibilidade de transformar suas tempestades
elétricas em movimentos corporais. Chutar a bola e
adquirir um novo eu", afirmou.
Nicolelis está nos Estados Unidos desde 1989 e
diz que o Brasil precisa dar vazão ao potencial
científico do brasileiro. "Está cheio de cientista e
inventor neste País. Faltam somente aeroportos para
esses caras levantarem voo", diz.
Terra Informatica