Milhares de pessoas participarão de um projeto
tecnológico que irá monitorar seus hábitos através
de um aplicativo móvel, perguntando desde os
quilômetros que foram percorridos em um dia até seus
costumes sexuais.O projeto, que leva o nome de "The
Human Face of Big Data", está sendo impulsionado por
empresas do setor tecnológico e tem por objetivo
obter informações de todos os tipos sobre a vida dos
participantes, que irão baixar um aplicativo
gratuito no celular, com o qual responderão uma
enquete anônima.
Além dos quilômetros percorridos, o aplicativo
perguntará, por exemplo, o número de e-mails que
foram enviados em um dia, suas crenças sobre o que
acontece depois da morte, quem protagoniza seus
sonhos, qual a definição de família e quais são seus
costumes sexuais. O projeto foi apresentado nesta
terça-feira, no Museu de Cinema de Londres.
As respostas permitirão tirar conclusões sobre
temas relacionados com saúde, meio ambiente,
segurança, nível educativo e costumes dos cidadãos.
Após a enquete, deve ser elaborado um documentário e
um livro, que será escrito pelo jornalista e
fotógrafo Rick Smolan.
"The Human Face of Big Data" é um dos projetos
mais populares dos últimos anos baseado na
recopilação, processamento e análise de amplos
dados.
O presidente da área EMEA da companhia
tecnológica EMC, Adrian McDonald, que participou da
inauguração do projeto, acredita que as iniciativas
terão um grande impacto em muitos aspectos da vida
cotidiana e as empresas que estiverem por trás
delas, impulsionarão a próxima "revolução
industrial".
"Calcula-se que por cada criança que nascer em
2012, a quantidade de informação gerada e a
produzida em relação a ela, será maior do que toda a
que foi criada desde a Idade da Pedra", afirmou
McDonald, que disse que 10% das fotografias tiradas
até hoje, foram feitas em 2011.
Segundo o especialista, a indústria responsável
pelo processamento destes imensos volumes de dados
"tem o potencial de causar uma mudança
verdadeiramente grande na vida dos cidadãos".
Os especialistas recalcaram as aplicações
beneficentes que a revolução pode ter para a
sociedade, em contraposição com as dúvidas com
respeito à privacidade.
"Cada vez que você estuda 'big data', escuta Big
Brother. O povo é incapaz de reconhecer os aspectos
beneficentes destes conjuntos de dados porque, quase
imediatamente, se assustam perante os aspectos
relacionados com o Big Brother", explicou à Agencia
Efe Davi Menninger, um dos responsáveis pelo
projeto.
Entre as aplicações positivas, os especialistas
citaram como exemplo a possibilidade de detectar e
levar vacinas contra a poliomelite a uma grande
quantidade de pessoas no norte da Nigéria, que não
têm nem registros públicos.
Terra Online