O vírus permite que uma pessoa possa ter um retrato detalhado do lugar onde o dono do telefone celular se encontra.
A tecnologia faz parte de um projeto da universidade americana de Indiana e do Naval Surface Warfare Center, órgão de pesquisa ligado à Marinha dos Estados Unidos.
O objetivo dos criadores do vírus PlaceRaider é mostrar que a tecnologia de "robô visual" já está ao alcance do mercado de telefonia celular, demonstrando um dos perigos aos quais os usuários estão expostos.
DOCUMENTOS SIGILOSOS
O PlaceRaider pode infectar telefones com sistema Android 2.3 ou superior. Ele fica escondido em outro aplicativo para o celular e é instalado automaticamente sem o conhecimento do dono do aparelho.
O vírus utiliza diversos dispositivos de smartphones, como a câmera de fotos e o sistema de localização.
"Através do uso completamente oportunista da câmara de telefone e outros sensores, o PaceRaider reconstrói modelos tridimensionais de ambientes", afirma um estudo publicado pelos pesquisadores.
"Ladrões a distância podem então 'baixar' o espaço físico, estudar o ambiente cuidadosamente e roubar objetos virtuais deste ambiente (como documentos financeiros, informações em telas de computadores e imagens sigilosas)."
A imagem 3D permite que a pessoa que controla o vírus possa navegar pelo ambiente criado, em busca de dados comprometedores do dono do aparelho.
Os pesquisadores fizeram um teste com 20 estudantes voluntários, que instalaram o vírus em seus celulares. Nenhum deles conseguiu perceber quando o vírus estava registrando imagens detalhadas dos ambientes onde se encontravam.
Os autores dizem que qualquer especialista em tecnologia com "recursos modestos" poderia criar um aplicativo "cavalo de troia" semelhante ao desenvolvido no laboratório de Indiana. No entanto, eles ressaltam que não há nenhum indício de que algo semelhante tenha sido tentado.
Para especialistas ouvidos pela BBC, os usuários de smartphones não têm motivo especial para se preocupar com os resultados da pesquisa realizada nos Estados Unidos.
"Até onde sei, o problema de malwares (vírus) em dispositivos móveis é relativamente pequeno ", disse Amichai Shulman, da empresa de segurança online Imperva.
Já Jaime Blasco, da empresa espanhola de segurança online AlienVault, diz que o teste americano não passa de uma pesquisa sobre o problema. No entanto, ele alerta que o número de vírus para telefones celulares está crescendo fortemente nos últimos meses.