Recentemente, a descoberta de uma nova vulnerabilidade no Internet Explorer
deixou muita gente com a pulga atrás da orelha. A falha fazia com que o
computador do usuário fosse infectado após visitar um site mal intencionado.
Poucos dias após a divulgação do problema, a Microsoft corrigiu o erro e
disponibilizou uma atualização completa de segurança do navegador.
Nossa equipe também ficou intrigada com o fato; decidimos então tentar
entender porque um navegador é mais vulnerável do que outro. Pesquisamos e fomos
conversar com dois especialistas no assunto. Mas antes de entender qualquer
coisa, vale lembrar o que diz Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica de
São Paulo. "O desenvolvimento de um navegador é como voar em um avião ainda em
construção. Você nunca consegue terminar o navegador, ele sempre está em
desenvolvimento".
Problemas de vulnerabilidade e segurança não são exclusividade do Explorer.
Outros navegadores populares como Chrome, Opera e Firefox também já foram
vítimas de grupos mal intencionados e deixaram seus usuários de cabelo em pé.
Segundo especialistas, a vulnerabilidade dos browsers é oriunda de duas
naturezas; a primeira é o mal uso! Normalmente, acontece com pessoas mais
descuidadas que têm o costume de visitar sites suspeitos e baixar conteúdo
pirata.
Para esse grupo, o professor João Carlos Fernandes, do Instituto Mauá de
Tecnologia, dá algumas dicas. "O primeiro ponto é não utilizar software pirata.
Ele muitas vezes não permite as atualizações de segurança. Tem pessoas que usam
antivírus pirata, então é bem complicado. Se o antivírus é pirata, então ele
pode ter alguma ferramenta que já deixa o computador vulnerável. Então é bom
atualizar sempre e utilizar software que não seja pirata. Manter sempre
atualizado o sistema operacional, já que ele tem as ferramentas que garantem a
segurança, e nessas atualizações os browsers também são atualizados
automaticamente", diz Fernandes."
O segundo fator que contribui para tal vulnerabilidade dos navegadores é
exatamente a questão de esses programas estarem em constante desenvolvimento. "O
recuros das máquinas que mais sofre atualização são os navegadores. É uma briga
de gato e rato. Os hackers do mal e os desenvolvedores e projetistas dos
navegadores", explica Zuffo.
Ainda assim, o Internet Explorer é apontado por alguns usuários como um
software com muitas falhas de segurança. A Microsoft se defende; diz que a
quantidade de vulnerabilidades encontradas está relacionada ao número de
usuários. O que tem certo fundamento.
Olhar Digital