Moedas virtuais como a Bitcoin, ou processos
de pagamento online como ouro eletrônico e
reserva de liberdade permitem que empresas e
indivíduos transfiram fundos de qualquer
parte do mundo e evitem as taxas cobradas
por bancos e governos. Mas segundo a
BBC,
o assunto ainda divide opiniões: defensores
dizem que tais iniciativas podem
revolucionar a oferta de moeda global, mas
os críticos insistem que elas são um ímã
para cibercriminosos.
Para abrir uma conta bancária é preciso
fornecer uma série de documentos, incluindo
prova de identidade e comprovante de
endereço físico. Com a moeda digital, o
usuário só precisa informar um endereço de
protocolo de internet (IP) - e isso tornaria
o sistema exposto a ataques e fraudes.
"Qualquer transação que ocorre em um
ambiente onde as pessoas usam métodos para
se manter no anonimato dificulta a aplicação
da lei", alerta o oficial de polícia
britânico Mick Jameson, um especialista em
fraudes na Internet.
Já Donald Norman, cofundador da
Consultoria Bitcoin afirma que o sistema de
pagamento com moeda virtual é tão seguro
como transferências bancárias
internacionais. Ele compara o novo método
com a desconfiança inicial que havia em
torno dos pagamentos online com cartão de
crédito, explicando que com o tempo as
pessoas começaram a perceber que podiam usar
o cartão na internet, desde que o fizessem
em sites confiáveis.
Entretanto, Norman admite que o sistema
Bitcoin ainda precisa de melhorias antes que
comece a ser utilizado amplamente.
Recentemente, uma casa de câmbio de Nova
York sofreu um roubo de bitcoins, estimado
em US$ 250 mil. Mas o cofundador do método
de moeda digital alega que qualquer sistema
monetário está sujeito a golpes e fraudes.
Entre as atuais vantagens da moeda
digital está a economia em impostos e taxas,
que costumam onerar operações bancárias,
principalmente as internacionais. O
economista grego Yanis Varoufakis diz que
tal condição pode ser bastante útil em
alguns casos, inclusive em zonas de economia
onde circula mais de uma moeda, como a União
Europeia - ainda assim ele aponta para a
necessidade de regulamentação do método.
Como a moeda virtual ainda não é
regulamentada, ela onera menos as operações,
mas atrai mais uso indevido, como golpes e
lavagem de dinheiro.