Pesquisadores brasileiros aceitaram o desafio de desenvolver um nanossensor de baixo custo e fácil de usar que seja capaz de determinar se uma amostra de água é potável ou não.
O "sensor popular" - para ser usado pela própria população - será capaz de detectar, ao mesmo tempo, a presença de três poluentes na água: Escherichia coli (bactéria responsável por graves problemas intestinais), metais pesados e glifosato (herbicida).
O desafio foi aceito por especialistas nas áreas de física, química e biologia. Em uma reunião realizada em Brasília, os representantes de laboratórios de nanotecnologia apresentaram técnicas possíveis para o desenvolvimento do sensor.
"Um dos fatos que provocou esse programa foi imaginar de que a Amazônia é um 'mar de água' e que não é potável. A população ribeirinha também não sabe se pode beber a água", disse o professor Ennio Candotti, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
O professor Celso Pinto de Melo, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) lembrou o caso da população brasileira que é castigada pela seca e, muitas vezes, anda quilômetros para conseguir um pouco de água sem saber a qualidade do que vai encontrar e consumir.
"A medicina está muito interessada em nanotecnologia, um exemplo é o uso de nanopartículas para o diagnóstico mais preciso de tumores", disse o professor Valtencir Zucolotto (USP-São Carlos), ao descrever nanossensores desenvolvidos para a detecção de doenças infecciosas, como a leshimaniose, e de membranas celulares para a remoção de metais pesados de águas fluviais.
O pesquisador Carlos César Bufon (CNPEM) afirmou que os sensores nanoestruturados também poderão ser utilizados para avaliar a qualidade de resíduos industriais em águas de rios e lagos e do nível de contaminação da água por contaminantes biológicos, metais pesados e defensivos agrícolas.
Inovação Tecnológica