Mas Kamran Mohseni, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, pretende enfrentá-los usando veículos autônomos pequenos e leves.
O objetivo é navegar literalmente no meio da tempestade, coletando dados que possam ajudar a prever a força e a rota dos tufões.
Segundo o pesquisador, os pequenos veículos autônomos - alguns voando, outros movimentando-se rapidamente sob as ondas - poderão espionar os furacões de perto sem serem destruídos.
Enquanto se movimentam, os sensores a bordo vão recolhendo e enviando dados em tempo real, dados esses que serão usados para prever a intensidade e a trajetória das tempestades.
Entre as medições propostas estão pressão, temperatura, umidade, local e horário. A força dos ventos poderá ser obtida pelo deslocamento do próprio veículo, que será obviamente arrastado pela tormenta.
Frota de sensores móveis
Mas como poderão veículos de apenas 15 centímetros enfrentar tempestades que destroem veículos muito maiores?
"Nós não vamos voar no furacão, vamos usar o furacão para que ele nos leve até os lugares que queremos ir," explica Mohseni.
Os veículos aéreos e subaquáticos poderão ficar ancorados em pontos sujeitos às tempestades e serem lançados à distância quando uma tempestade começar a se formar.
Hoje, os meteorologistas dependem sobretudo de sensores instalados em pontos fixos, a quase totalidade deles em terra.
Sendo pequenos e baratos, os aviões e robôs submarinos poderão ser fabricados e lançados aos milhares.
"Se você quiser enfrentar um furacão, terá que construir um avião gigantesco. Os militares estão pedindo um 'avião do Batman', um supra-sumo dos ares que possa fazer qualquer coisa. Mas, e se você perder um desses aviões supra-sumo?", questiona o pesquisador.
Inteligência de enxame
Os protótipos construídos pela equipe custaram US$250 cada um, mesmo não sendo feitos em escala industrial.
Os veículos submarinos custaram mais, mas ainda são ordens de grandeza mais baratos do que os submarinos científicos usados no monitoramento oceânico.
Um dos cuidados foi construir os aviões leves o suficiente para que eles não causam danos adicionais se atingirem alguma coisa.
O resultado foi melhor do que o esperado: os aviões ficaram tão leves e flexíveis que o pesquisador não está usando uma pista de pouso para testá-los: ele simplesmente manda que eles caiam, recolhe-os e os manda voar de novo.
Os veículos também poderão ser úteis em dias mais amenos, já que os pesquisadores os dotaram de uma inteligência de enxame que permite que eles ajustem seu curso de forma coordenada e operem como uma rede.
Inovação Tecnológica