Diante do aumento das acusações de grandes empresas sobre a participação no
Prism, o programa de vigilância dos EUA aos usuários da internet, uma
ex-funcionária do
Facebook foi a público para alertar sobre os riscos da inclusão de
informações nas redes sociais.
Segundo Katherine Losse, que trabalhou durante cinco anos na empresa até 2010, a
preocupação não deve ser apenas com a espionagem governamental, mas também com o
cuidado com que o
Facebook trata as contas dos usuários.
Em entrevista à publicação britânica The Guardian, ela afirma que os
empregados da rede social também têm acesso aos dados dos usuários, incluindo
sua senha. A informação é importante, já que boa parte das pessoas usam a mesma
palavra-chave para outros serviços, incluindo o e-mail de cadastro na rede
social.
"Usuários de redes sociais entendem que eles são os únicos que podem acessar as
informações que colocam na rede e, na maioria dos casos, isso não é verdade,
porque alguns dos funcionários precisam ter acesso às contas para fazer seus
trabalhos", ela alega, lembrando que em outras startups, os dados normalmente
não são inacessíveis por empregados.
Losse, que foi uma das primeiras funcionárias do Facebook, afirma que "todos os
funcionários de suporte ao cliente recebiam uma senha-mestra, com a qual era
possível fazer login como qualquer usuário e ter acesso aos seus dados e suas
mensagens". Ela acrescenta que com o passar do tempo, outras formas mais seguras
de recuperação de contas foram implementadas.
O Facebook, no entanto, afirma que o acesso de funcionários a dados de usuários
funciona com um sistema de "need-to-know", no qual a pessoa só tem acesso a
informações que ele necessita para realizar uma tarefa específica. Desta forma,
ele não pode acessar indiscriminadamente o perfil de outra pessoa.
Entretanto, ela afirma que, mesmo assim, não há garantia de segurança de seus
dados nas redes sociais. "Mesmo se um funcionário comum não possa acessar suas
informações, elas podem estar sendo gravadas em algum lugar para a NSA".
Durante o período em que trabalhou no Facebook, Katherine Losse operou o serviço
de atendimento ao cliente, sendo promovida, posteriormente, ao cargo de redatora
de discursos de Mark Zuckerberg.
O Olhar Digital procurou a operação brasileira do
Facebook para comentar o assunto, mas ainda não obteve retorno.
Olhar Digital