"Estava de costas e, de repente, ouvi ele
gritar. Quando me virei, ele já estava no chão se
contorcendo", relatou sua irmã, que acrescentou que, ao
retirar da tomada o carregador, sentiu "dor nas mãos" e
notou "como a eletricidade circulou dos dedos das mãos até
os pés".
Após uma semana de tratamento, o homem está
respirando sem o auxílio de aparelhos, mas segue em coma e
sem atividade cerebral aparente.
Depois do acidente, descobriu-se que o
carregador do celular da vítima era falsificado, e que este
poderia ser o motivo da descarga elétrica, como também
aconteceu no caso da morte de uma jovem chinesa de 23 anos,
há poucos dias na província de Xinjiang.
Segundo alguns parentes de Wu, a forte chuva
que caiu durante a tarde no dia do acidente e o alto índice
umidade do ar podem ter comprometido os sistemas de
isolamento e provocado a descarga elétrica.
No dia 11 de julho, uma jovem de 23 anos
chamada Ma Ailun morreu eletrocutada, segundo as primeiros
análises, apesar de ainda não se ter certeza se foi o seu
telefone celular -também um iPhone- que provocou o choque,
como afirmaram seus familiares.
"Espero que a Apple nos dê uma explicação",
publicou a irmã mais velha de Ma após o acidente na rede
social Weibo, similar ao Twitter.
Com a rápida circulação da notícia pela
internet na China, a Apple não demorou a publicar uma
mensagem aos seus usuários no país asiático.
"Nós estamos muito tristes com o infeliz
incidente. Transmitimos nossas condolências à família",
declarou a empresa, através de sua sede na China, em
comunicado, no qual também confirmaram a abertura de uma
investigação sobre o ocorrido em colaboração com as
autoridades chinesas.
Segundo o analista Xiang Ligang, em
declarações à emissora estatal "CFTV", a utilização de um
carregador falsificado pode ter sido a causa do choque que
acabou com a vida da jovem.
"Às vezes, os carregadores falsificados
economizam em qualidade. O protetor do circuito pode não ser
bom, o que pode levar a uma ruptura do condensador e, com
isso, a carga de 220 volts de energia chega diretamente
enviada na bateria do telefone", explicou Xiang.
Outra das possibilidades, segundo o
especialista, seria que o carregador tivesse sido desenhado
para ser utilizado em Hong Kong, Taiwan ou Japão, onde os
padrões elétricos são diferentes dos da China continental.