Álcool
pode fazer bem ao coração
O
consumo regular e moderado de álcool, pelo menos três vezes por
semana, pode reduzir os riscos de ataque cardíaco entre os homens, em
comparação com um consumo menos freqüente, segundo um estudo
realizado durante 12 anos entre 40 mil pessoas.
Muitas pesquisas já haviam destacado uma redução do risco de doenças
cardíacas associadas a um consumo moderado de álcool, mas esta
baseia-se na importância da freqüência do consumo na redução do
risco.
Os homens que consomem álcool três ou quatro vezes por semana correm
68% de risco de acidente cardíaco em relação ao que consomem álcool
menos de uma vez por semana, segundo o estudo. Os que consomem de cinco
a sete vezes por semana só correm 63% de risco (37% menos de chances)
em relação aos que o fazem menos de uma vez por semana.
A pesquisa publicada na revista médica The New England Journal of
Medicine, foi financiada pelo Instituto Nacional da Saúde, tendo sido
realizada entre 38.077 homens, todos profissionais de saúde, entre 40 e
75 anos. No início o estudo, nenhum dos participantes sofria de doença
cardíaca.
Durante o período do estudo, foram registrados 1.418 ataques cardíacos.
Os homens que consumiam álcool três ou mais vezes por semana
apresentaram um risco reduzido de acidentes cardíacos, ainda quando a
quantidade de álcool consumida era inferior a dez gramas por dia.
Uma bebida típica, como uma lata de cerveja ou um copo de vinho, contém
entre 11 e 14 gramas de álcool, segundo o Instituto Nacional da Saúde.
O doutor Tingo-Kai Li, diretor do Instituto Nacional de Abuso de Álcool
e Alcoolismo, considerou que "este estudo foi conduzido de maneira
rigorosa, somando-se a resultados epidemiológicos sobre uma forte
associação entre um consumo de leve a moderado de álcool e um risco
reduzido de enfermidades cardíacas".
Em editorial, publicado por The New England Journal of Medicine, o
cientista Ira Goldberg, da Universidade da Colúmbia, recorda o
conhecido efeito tóxico do álcool, reclamando novos estudos sobre o
assunto, antes de modificar as recomendações médicas sobre o consumo
do álcool.
Jornal de Brasília
|