Desemprego
é o maior em 14 meses e renda despenca
Nos
cinco primeiros meses do governo Lula foram 580 mil novos desempregados
Um dia depois de o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, dizer que o país
está saindo da UTI, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a população mal consegue
respirar entre as reduções salariais e a disputa por trabalho.
Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego e Rendimento (PME) de maio, o ganho
habitual do trabalhador despencou 14,7% em relação ao mesmo mês de
2002 – a maior queda já captada desde outubro do ano passado, quando
passou a ser possível fazer esse tipo de comparação na nova
metodologia da pesquisa, adotada em outubro de 2001. Em relação a
abril, o recuo foi de 2,9%. Já o desemprego atingiu 12,8% da população
economicamente ativa, perdendo apenas para o índice mensal de março de
2002 (12,9%). Em abril deste ano, a taxa havia ficado em 12,4%.
Para o economista Cimar Azeredo, do IBGE, as reduções salariais estão
relacionadas à lei da oferta e da procura. Na semana da pesquisa, um exército
de 2,701 milhões de pessoas procurava emprego. O montante era 4,2%
maior do que em de abril. Já a população ocupada cresceu apenas 0,4%
entre os dois meses. Em dezembro do ano passado, o número de
desocupados era de 2,12 milhões.
"Está havendo uma absorção cada vez menor dos desocupados pelo
mercado de trabalho", destaca o economista. Segundo ele, este fator
faz com que muitas pessoas trabalhem em setores informais. "O
empregado sem carteira assinada tem menor poder de barganha e sua renda
acaba caindo", avalia.
No ano
Os cinco primeiros meses de governo Lula registraram um forte acréscimo
no desemprego do país. Segundo IBGE, 580 mil brasileiros entraram para
o grupo de desempregados em 2003, o que representa um aumento de 27,35%
em cinco meses. Somente de abril para maio deste ano, 100 mil pessoas
ficaram desempregadas.
Gazeta do Povo
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