Inteligência é deixada de
lado por operadores na bolsa de valores
Operadores que
trabalham em bolsas de valores precisam pensar e agir
rapidamente para acompanhar as flutuações de mercado.
Porém, um modelo matemático criado por uma equipe do
Instituto Santa Fé, no Novo México (EUA), mostra que a
competência desses profissionais não têm ligação com
inteligência.
Ao reproduzir
características estatísticas do mercado financeiro,
baseadas nos valores trabalhados pela Bolsa de Londres
entre 1998 e 2000, o modelo demonstrou que as decisões
tomadas pelos operadores são randômicas (aleatórias),
em vez de baseadas em cálculos precisos e observação de
tendências econômicas.
Segundo a equipe,
as decisões aleatórias são conseqüências da
impossibilidade dos operadores de processar as informações
que dispõem, complexas e muitas vezes incompletas, em
pouco tempo. Como a melhor estratégia é impossível de
ser obtida nessas condições, cada um chega a uma conclusão
diferente.
O estudo questiona
visões tidas como incontestáveis no mercado financeiro,
como a habilidade estritamente lógica dos operadores. O
modelo mostra que as oscilações nas bolsas de valores
dependem do comportamento interdependente - e por vezes
irracional, o que pode levar a quedas bruscas - dos
profissionais.
Ainda assim, os
matemáticos dizem que o modelo não é um ataque aos
operadores, e sim uma caminho para o desenvolvimento de
algoritmos que calculem oscilações causadas pela reações
tanto mercadológicas quanto humanas. O estudo foi
publicado na revista 'Preprint'.
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