Estudo de genes identifica
mecanismo ligado a leucemia fatal
A pesquisadora
Yumi Hiraki, do Instituto de Ciências Biológicas da USP
(Universidade de São Paulo), identificou gatilhos ligados
à leucemia de células T humanas - tipo de câncer
causado pelo vírus HTLV-1 e, na forma aguda, fatal em 13
meses - por meio de estudo genético de pacientes.
O vírus ataca os
linfócitos, as "armas" do sistema imunológico
para proteger o corpo. Como nem todas as pessoas
infectadas desenvolvem esse tipo de câncer, Hiraki
comparou genes de dois grupos: pessoas que têm o HTLV-1,
mas não manifestaram a doença, e pacientes que
apresentam a forma aguda da leucemia, chamada de ATLL.
Ela descobriu que
o último grupo possui cerca de 55% a menos do inibidor de
uma proteína necessária para a proliferação dos linfócitos,
o fator nuclear kappa B (NF-kB). O estudo pode indicar
mecanismos para fortalecer a defesa do corpo contra o vírus.
A transmissão do
HTLV-1 ocorre por transfusões, amamentação, contato
sexual e seringas contaminadas. A professora Nancy Amaral
Rebouças, que orientou Hiraki, afirma que cerca de 1% dos
doadores de sangue na região Nordeste estão infectados.
O período de latência
do vírus varia de dez a 60 anos, então jovens que
adquirem o HTLV-1 têm mais chance de desenvolver a
leucemia: dos infectados na infância, 4% a 6% manifestam
a doença na fase adulta, enquanto somente 0,5% a 2% dos
infectados quando adultos apresentam sintomas.
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