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Mordida de super-homem pode criar
supercondutor
Da Redação
Em São Paulo
Pesquisadores da Universidade de Warwick descobriram que o
fóforo,
um elemento comumente encontrado nos dentes, pode agir como um
supercondutor quando submetido a uma pressão de 2,5 megabars. Essa
pressão é 30 mil vezes maior do que a produzida por uma mordida
humana. Portanto, para transformar o fósforo de seus dentes em
supercondutores, seria necessário ter a mordida de um super-homem.
Físicos já sabiam que baixas pressões, de cerca de 0,1 megabars e
aplicadas em temperaturas abaixo de 10 graus Kelvin (-263,15 Celsius),
poderiam converter o isolante fósforo em condutor de eletricidade.
Recentemente descobriu-se que uma outra forma de fósforo ocorre
quando uma pressão de 2,5 megabars é aplicada, formando um corpo cúbico
centrado, ou bcc, em inglês, uma estrutura de cristal que metais como
o ferro e o cromo têm a pressões normais. Contudo, não era sabido
se essa forma de fósforo poderia atuar como supercondutor.
Agora, os físciso Sergey Ostanin e Julie Stauton usaram um número de
técnicas da física teórica para descrever o movimento dos elétrons
e as vibrações iônicas, o que prova que essa versão do fósforo é
até melhor supercondutor do que o fósforo obtido a pressões
menores.
O resultado do estudo dos pesquisadores está publicado na edição de
outubro da Physical Review Letters. O estudo sugere ainda uma forma
inteligente de preservação e uso da estrutura bcc sem que seja
necessário recorrer a altas pressões.
Segundo os pesquisadores, a estrutura cresce ao serem depositados os
átomos de fósforo em um substrato de ferro, que por sua vez,
organiza-se em uma estrutura bcc. Estabelecendo-se o fósforo bcc
dessa maneira seria possível criar e manter sua estrutura
supercondutora.
Além disso, se a camada do fósforo bcc fosse posicionada entre um
par de ferromagnetos, seria possível criar uma chave supercondutora,
na qual o fósforo pudesse ser mudado de supercondutor para condutor
normal e vice-versa.
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