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Governo
do Paraná põe arquivo com vírus na Web
Giordani Rodrigues
A Companhia de Informática do Paraná (Celepar) cometeu duas gafes essa
semana ao anunciar a nova lei do software livre no Estado, sancionada pelo
governador Roberto Requião no dia 17. Primeiro, forneceu a informação
sobre a lei em um documento com formato .doc, isto é, criado pelo
software proprietário Microsoft Word. Segundo, o arquivo estava infectado
por um vírus de macro.
A nova lei estadual sobre o uso do software livre no Paraná, de autoria
do deputado Edson Praczyk, prevê que órgãos do governo e empresas
estatais devem, a partir de agora, "utilizar preferencialmente
softwares livres ― sistemas operacionais ou programas com código-fonte
aberto ―, que reduzem os custos com licenciamentos, obrigatórios
nos software proprietários".
Marcos Mazoni, diretor presidente da Celepar, tentou se livrar da situação
constrangedora com bom humor, dizendo que o episódio provava o quanto os
produtos da Microsoft são inseguros e devem ser evitados. Mas acabou
reconhecendo que "foi um erro" disponibilizar o arquivo naquele
formato e que a forma de entrada do vírus em uma das máquinas da
companhia seria verificada.
Pelo menos três pessoas e a redação InfoGuerra constataram que o
arquivo 1411lei.doc, que até ontem de manhã estava "linkado" nesta
página, continha o W97/Juntin,
um vírus de macro antigo, descoberto em 2001 e detectado por qualquer bom
antivírus atualizado. Segundo a Trend Micro, ao infectar uma máquina, o
Juntin desabilita a proteção antivírus do Word e infecta o modelo
global de documentos do programa.
Não é a primeira vez que a Celepar tem problemas com vírus. Em agosto
deste ano, a rede da companhia foi infectada pelo worm Blaster. Na ocasião,
a culpa para o incidente também foi atribuída à insegurança dos
produtos Windows, mas o certo é que o Blaster só atacou máquinas que não
haviam aplicado a correção de segurança disponibilizada cerca de um mês
antes do surgimento do worm.
O documento infectado com o vírus W97/Juntin já foi substituído por
outro. Mazoni tinha aventado a possibilidade de que o documento fosse
substituído por um arquivo HTML, que pode ser aberto por qualquer
navegador, seja de software livre ou proprietário, mas a Celepar acabou
colocando um arquivo com extensão .swx no lugar do anterior. Este é o
formato padrão de documentos criados com o Write, editor de textos da suíte
para escritório em código aberto OpenOffice. Quem usa OpenOffice
consegue abrir arquivos .doc, mas quem usa Word não consegue abrir
arquivos .swx.
InfoGuerra
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