|
Células-tronco
podem ajudar combate à calvície
A cura para a calvície pode estar nas células-tronco. Cientistas da
Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos,
conseguiram isolar células-tronco responsáveis pelo desenvolvimento dos
folículos capilares. A descoberta pode servir como base para novos
tratamentos contra a queda de cabelo. Os resultados do estudo serão
publicados na edição de abril da Nature Biotechnology.
O cabelo cresce a partir
de células que residem na base do folículo capilar, pequenas estruturas
tubulares que passam continuamente por um ciclo formado por fases de
crescimento, repouso e novo crescimento. Em muitas pessoas, entretanto, os
folículos não "respeitam" o ciclo e passam a ter longas fases
de repouso, nas quais produzem apenas cabelos minúsculos e praticamente
invisíveis.
Os pesquisadores da
Universidade da Pensilvânia suspeitavam que células-tronco localizadas
dentro dos bulbos dos folículos fossem responsáveis pelo crescimento
capilar. Para comprovar a teoria, empregaram técnicas de rotulagem
celular de modo a rastrear as células durante o crescimento normal e isolá-las
em ratos adultos.
Em seguida,
transplantaram células na pele de ratos sem sistemas imunológicos, de
modo que não rejeitassem o transplante. Em menos de quatro semanas, as células-tronco
transplantadas deram origem a novos folículos capilares que, por sua vez,
produziram novos fios de cabelo.
"Agora que
conseguimos isolar as células-tronco envolvidas no crescimento capilar,
podemos desenvolver maneiras de manipular esse crescimento", disse
George Cotsarelis, professor de dermatologia da universidade
norte-americana e líder da pesquisa. O pesquisador, entretanto, ressalta
que ainda serão necessários pelo menos dez anos para que a técnica seja
empregada com sucesso ¿ e comercialmente ¿ em humanos.
A descoberta tem implicações
não apenas nos tratamentos contra a calvície, mas também em queimaduras
da pele. "As células que isolamos tem uma enorme capacidade de
proliferação e regeneração e também podem produzir células epidérmicas",
disse Cotsarelis.
Revista Pesquisa Fapesp
|