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Maconha
terapêutica tenta ganhar espaço nos EUA
O empresário Warren B. Eugene está disposto a convencer a sociedade
norte-americana dos efeitos terapêuticos da maconha e, para isso, emitirá
anúncios de TV em que propõe receitas de bolos e biscoitos feitos com
este ingrediente. Apesar de o cultivo, a posse e a venda da erva estar
proibida nos EUA, o empresário -conhecido por ser o primeiro a abrir um
cassino na Internet- deu início a uma ambiciosa operação de conquista
de mercado que envolverá até mesmo alguns famosos de Hollywood.
Por trás deste trabalho,
está sua empresa, a Amigula Incorporated, cujas ações Eugene quer que
sejam cotadas no American Stock Exchange (AMEX), no Nasdaq, e em algum
mercado europeu. Isso, no entanto, não acontecerá até que a lei
norte-americana libere o uso da maconha para aliviar a dor e os sintomas
de algumas doenças, o que Eugene espera que aconteça em breve.
Com sua base de operações
no Canadá, onde a legislação é mais branda, ele começou a contatar
cerca de 50 plantadores da erva deste país e já tem 7 mil consumidores
registrados.
Para começar a preparar
a opinião pública, a empresa planeja pagar por anúncios de televisão
que serão veiculados em Nova York, Nova Jérsei, Califórnia e Flórida.
Esse material tem por objetivo divulgar receitas que levam maconha e que
poderão ser feitas pelos familiares de pessoas doentes.
"Cozinhar em família
para ajudar o avô ou a avó que sofrem de artrites ou de câncer, e que
buscam um alívio para sua dor", será o tema central dos anúncios,
nos quais a população será convidada a incorporar esta erva nos
alimentos. "Brownies, muffins, bolos, massas, sopas, patês... tudo
pode estar no novo livro de receitas", acrescenta.
Para protagonizar os anúncios,
a empresa procura estrelas de Hollywood que estejam convencidos de que é
bom utilizar a droga no tratamento de esclerose múltipla, artrite,
epilepsia, glaucoma e da Aids, além de ser indicada para aliviar as náuseas
provocadas pela quimioterapia, a ansiedade e o stress.
"Michael J. Fox
seria um bom porta-voz para a empresa", dizia hoje a um meio de
comunicação o empresário, que indica o ator que há anos luta contra o
mal de Parkinson, um transtorno neurológico degenerativo, progressivo e
incurável.
Embora não seja fácil
encontrar estrelas dispostas a apoiar esta causa, o empresário assegura
que muitos estão dispostos a lançar uma mensagem positiva sobre o uso
desta droga. "Necessitamos estrelas que sejam muito conhecidas e que
sejam capazes de dar uma mensagem clara: que a maconha é um excelente
tratamento homeopático para aqueles que padecem destas doenças. Somos
uma empresa dedicada à agricultura farmacêutica, e nossa missão é
fazer o bem para os demais", insiste Amigula em um comunicado.
Os anúncios poderiam
passar a ser transmitidos no meio do ano, embora os produtos da Amigula não
estejam previstos para ser vendidos nos Estados Unidos até que o uso
terapêutico da maconha estiver liberado.
Atualmente, a posse desta
erva no estado de Nova York é penalizada com uma multa de US$ 100 para o
indivíduo que tiver menos de 25 gramas. Para quantidades maiores, a pena
pode chegar a até 15 anos de prisão e US$ 5 mil dólares de multa. Pela
venda ou pelo cultivo, a pena máxima é idêntica. A mínima, por sua
vez, é de 1 ano de prisão e US$ 1 mil de sanção.
Apesar dao difícil missão
que escolheu como sua, Eugene assegura que nunca fumou maconha, produto
que considera que só deve ser utilizado terapeuticamente.
EFE
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