Intel
cria 1º laser contínuo com peças de silício
Pesquisadores da Intel criaram o primeiro laser contínuo com componentes
de silício, o que significa que o feixe de luz pode percorrer de maneira
eficiente uma distância maior em relação aos atuais. O avanço foi
considerado pela empresa como um importante desenvolvimento científico
que pode trazer melhorias para as comunicações e medicina.
Em um estudo que será
publicado hoje na revista científica Nature, o Laboratório de
Tecnologia Fotônica da Intel demonstra uma maneira de superar o principal
obstáculo para o uso do silício como meio de geração de um feixe de
laser. O problema se refere a elétrons liberados pela energia dos fótons
absorvendo a luz em seu caminho.
Pesquisadores da empresa
superaram o problema, conhecido como "absorção de dois fótons",
usando uma técnica do mundo dos semicondutores: a criação de regiões
positivas e negativas ao redor do caminho do laser, que expulsam elétrons
e produzem um caminho livre para o feixe de luz.
Um laser contínuo criado
a partir do silício, que é transparente para a luz infravermelha, pode
reduzir os custos e as limitações de tamanho dos atuais lasers usados em
equipamentos de cirurgia e comunicações. Essas máquinas usam materiais
mais exóticos e caros, afirma a Intel.
Bahram Jalali, um
professor de engenharia elétrica da Universidade da Califórnia que também
tem trabalhos com lasers a partir de silício, afirmou que o laser da
Intel pode ser usado como base de aplicações militares, como aparelhos
que despistam mísseis guiados por calor.
Entretanto, ele
acrescentou que a técnica da Intel, chamada de "silicon Raman
laser", não será uma boa substituta para outras formas de laser.
"É importante
entender que o 'silicon Raman laser' não é um substituto para os atuais
lasers de diodo, como os usados em players de DVD e equipamentos de
telecomunicações", afirmou Jalali. "Em vez disso, é um
aparelho que estende a operação do laser para distâncias de ondas mais
longas."
Mario Paniccia, diretor
do laboratório de fotônica da Intel, afirmou que o dispositivo poderá
ter aplicações médicas nos próximos anos, substituindo grandes lasers
usados em cirurgias e que custam até US$ 50 mil, por modelos mais baratos
e menores. Paniccia disse que a Intel tem por objetivo criar produtos a
partir da pesquisa até o final da década.
Reuters
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