O piloto vai sumirComo os aviões já possuem pilotos
automáticos, que os ajudam a permanecer no ar sem participação do piloto
humano, será necessário criar uma nova categoria para enquadrar um novo
assistente autônomo que está sendo desenvolvido por engenheiros
espanhóis.
O sistema é capaz não apenas de manter o avião no ar, mas também de
realizar os pousos e decolagens e fazer manobras para evitar riscos de
colisão com outras aeronaves.
Em um aeroporto simulado em computador, o agente de software
inteligente pilota todos os aviões, sem nenhum incidente e sem nenhuma
participação humana.
E, quando se fala "sem nenhuma participação humana", isto significa
sem participação de humanos mesmo, sejam pilotos, sejam controladores de
voo.
Aprendizagem de máquina
Santiago Álvarez de Toledo e José María Barreiro Sorrivas, da
Universidade Politécnica de Madri, levaram mais de 10 anos para
desenvolver o sistema, contando com a colaboração de inúmeros outros
pesquisadores e estudantes.
Segundo eles, o sistema de
inteligência artificial emprega um algoritmo de aprendizagem de
máquina inspirado na forma como os seres vivos aprendem a se movimentar.
O programa resultante, que inclui um simulador de toda a aviônica das
aeronaves, consegue harmonizar a trajetória de cada avião com a dos
outros aviões nas cercanias de um aeroporto.
O simulador mostrou-se preciso mesmo quando foi simulado um aeroporto
internacional operando no limite de sua capacidade.
Além do aprendizado de máquina, os pesquisadores inseriram no sistema
uma biblioteca com todas as combinações de incidentes de voo já
registradas, o que o tornou capaz de resolver desde situações simples,
como ajustes de rotas, até situações que poderiam redundar rapidamente
em riscos de acidentes.
Imponderabilidades humanas
O programa é capaz de pilotar o avião automaticamente, da decolagem
até o pouso, seguindo um objetivo previamente traçado - como ir de um
aeroporto até outro - ou uma sequência de objetivos - como uma viagem
com várias escalas.
Durante o voo, o sistema é capaz de desviar de qualquer tipo de
obstáculo, desde um edifício nas cercanias de um aeroporto ou outras
aeronaves, até áreas apontadas pelo sistema como meteorologicamente
instáveis e regiões onde o espaço aéreo é fechado.
Como o piloto eletrônico autônomo passou com louvor por todos os
testes nos simuladores, os engenheiros agora planejam testá-lo em aviões
reais, "como uma medida adicional de segurança frente às
imponderabilidades humanas," afirmam eles