Por Vanessa Daraya, de INFO Online
São Paulo - Cientistas do Georgia Institute of Technology criaram um relógio
com margem de imprecisão de apenas um décimo de segundo em 14 bilhões de anos.
Relógios atômicos são mais precisos por causa das oscilações dos elétrons nos
átomos induzidas por raio laser. Porém, esses elétrons podem afetar os campos
magnéticos e elétricos. Isso faz com que as vezes o relógio sofra um desvio de
aproximadamente quatro segundos ao longo da existência do universo, de quase 14
bilhões de anos, segundo a teoria do Big Bang.
A precisão do relógio, 100 vezes superior quando comparada aos atuais relógios
atômicos, vem de átomos individuais de tório, um elemento químico. Ele pode ser
útil para algumas comunicações e para o estudo de teorias fundamentais da
física. Ele também poderia aumentar a precisão do sistema GPS.
Os cientistas querem usar um laser que funciona em uma frequência de 1
quatrilhão de oscilações por segundo.
Assim, o núcleo de um íon de tório passa a um estado de energia mais elevado
e os cientistas conseguem fixar sua frequência com precisão. Além disso, essa
seria a frequência usada para marcar o tempo.
O único problema do relógio atômico é que sua estabilidade depende de
temperaturas muito baixas, próximas do zero absoluto. Para vencer a barreira, os
pesquisadores usam um arrefecimento a laser. Porém, a luz do laser também é
usada para criar as oscilações que marcam a passagem do tempo. Para resolver
este problema, os cientistas incluem um único íon de tório 232 com outro íon de
tório 229, o que também diminuiu a temperatura do relógio, sem afetar as
oscilações.
Alex Kuzmich, professor do Georgia Institute of Technology, diz que a pesquisa
mostra que a construção de um relógio atômico é interessante e viável. Agora, já
existem ferramentas e planos necessários para avançar na concretização deste
sistema.
Também participam do projeto físicos da University New South Wales, na
Austrália, e do Departamento de Física da Universidade de Nevada, dos EUA, em um
trabalho parcialmente financiado pelo Escritório Naval de Pesquisas e pela
Fundação Nacional de Ciências dos EUA.