"Há muitos brasileiros e latino-americanos. A
maioria dos cadastrados é de fora dos Estados Unidos
e nós planejamos ampliar nosso suporte a idiomas
justamente por isso", diz Sims em entrevista ao
Terra, sem citar números específicos de usuários
no País.
"Nós vemos a programação como a
alfabetização do século 21 - é uma habilidade que
ajuda as pessoas a entenderem e trabalharem no nosso
mundo. Com a Codeacademy queremos que todo mundo
entenda melhor a tecnologia e tenha condições de
fazer as coisas, em vez de apenas consumir",
explica.
Sims fundou o
site Codeacademy no ano passado ao lado de
Ryan Bubinsky. Na época, Sims estudava programação e
trabalhava com algumas startups, enquanto Bubinsky
dava aulas. "Eu achava o processo (de aprendizagem)
frustrante e Ryan, difícil de ensina. Nós decidimos
fazer algo que transformasse o ensino da
programação
fácil e divertido", completa.
A ideia pegou. No lançamento, a Codeacademy
atraiu 200 mil pessoas, que fizeram 2,1 milhões de
exercícios em 72 horas - mantendo a dupla de
fundadores quase sem dormir por três dias para
manter o site no ar. Até agora foram 50 milhões de
tarefas concluídas e 25 mil usuários propondo novos
exercícios para a base.
Uma vez inscrito, o usuário recebe instruções e
tarefas que vão aumentando em complexidade. A ideia
é que o básico da programação seja internalizado
pelos inscritos aos poucos. Os cadastrados podem
verificar o seu progresso - e o de outros usuários -
no próprio site. "Não damos um diploma, mas os
perfis na 'academia' mostram o progresso de cada
um", explica Sims.
Hoje, o Codeacademy oferece aulas sobre as
linguagens de programação JavaScript, HTML/CSS,
Python e Ruby linguagens que tem em comum a
internet, mas podem ser usadas em uma variedade de
aplicações, incluindo jogos eletrônicos.
Atualmente, a empresa exibe nove funcionários na
página de apresentação da equipe na internet, e
conta com nove vagas abertas em Nova York.
Contra o gap da mão de obra?
O discurso do Codeacademy não é o de substituir um
curso universitário em computação, mas sim de
equipar o "internauta comum" com as ferramentas para
lidar melhor com o universo digital. A iniciativa,
no entanto, pode ajudar a amenizar um fenômeno
mundial que impacta o Brasil, o da carência da mão
de obra na área de tecnologia.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de
Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom),
em 2014, o Brasil vai precisar de 78 mil novos
profissionais, mas apenas 33 mil terão formação na
área. A expectativa de Sims é incentivar "facilitar
as coisas" para os interessados
Terra