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Novo tipo de marca d'água tenta combater as fraudes
Vivien
Marks
New Scientist
As impressoras comuns de escritório poderiam criar documentos
com uma "marca d'água" que não pode ser fotocopiada. Seus
inventores dizem que a técnica tornará mais difícil a falsificação,
mas outros afirmam que sua simplicidade não ajuda muito a combater as
fraudes.
Pesquisadores dos Laboratórios Xerox em Webster, Nova York, fizeram a
descoberta enquanto estudavam por que as imagens feitas por
impressoras a laser às vezes mostram manchas brilhantes. Essas
imagens são feitas de pontos de quatro cores diferentes dispostos em
uma estrutura regular conhecida como grade de meio-tom. Cada ponto é
uma bolha de polímero que capta a luz em um ângulo específico, como
gotas de condensação à luz do sol.
Isso significa que áreas com alta densidade de pontos parecem mais
brilhantes que áreas de baixa densidade.
Mas exatamente como os pontos captam a luz também depende da maneira
como estão dispostos. Por exemplo, os pontos arranjados em linhas
verticais captam a luz em um ângulo diferente dos pontos em linhas
horizontais, diz Chu-heng Liu, um físico da Xerox que participou da
equipe que descobriu como explorar esse efeito.
A idéia deles é mudar o brilho de uma imagem variando a estrutura de
sua grade de meio-tom. Assim, uma área da imagem poderia ser impressa
usando uma estrutura de grade vertical, enquanto áreas adjacentes
seriam impressas com uma grade horizontal. Quando exposto a um ângulo
de luz, o padrão formado pelas diferentes grades é fácil de
distinguir. O resultado é uma imagem chamada Glossmark (marca de
brilho). Superposta à imagem convencional, ela só pode ser vista
inclinando-se o papel para um lado e para outro sob a luz.
As glossmarks não podem ser copiadas porque as fotocopiadoras são
incapazes de "vê-las", a menos que sejam vistas sob certo
ângulo. Mesmo que pudessem, as copiadoras seriam incapazes de
reproduzir o aspecto brilhante da imagem.
Agora o grupo desenvolveu um software que pode dizer a uma impressora
para produzir marcas de brilho. Como não há necessidade de toner ou
equipamento especial, a técnica deverá funcionar nas impressoras de
alta qualidade atuais como as que existem em escritórios e gráficas.
A Xerox ainda não determinou como a nova tecnologia será licenciada.
"Poderia se tornar um plug-in para um programa como o
Photoshop", diz Rob Rolleston, diretor da equipe de pesquisa.
A Xerox afirma que a técnica deverá ajudar a proteger documentos
contra
fraude. Mas os críticos não têm tanta certeza. "Os documentos
necessitam de diversos dispositivos de segurança complementares, não
apenas um que supostamente garante a ausência de falsificação",
diz Rudolf van Renesse, um especialista em segurança óptica de
documentos baseado na Holanda. Rolleston admite que há certa verdade
nisso. "Qualquer coisa que você colocar lá vai ser forjada, se
compensar o tempo e o esforço necessários."
Tradução: Luiz Roberto Mendes
Gonçalves
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