Jordan Robertson
Um investigador que analisava os ataques que bloquearam o Twitter na semana passada descobriu outro problema de segurança diferente que também afetou a popular rede de microblog. O - ou os - delinquentes por trás dos ataques utilizaram uma conta no Twitter para controlar uma rede com cerca de 200 PCs, a maioria no Brasil, disse José Nazario, da Arbor Networks.
As redes de PCs infectados são conhecidas como "botnets", ou redes de PCs "zumbis", e são usadas para causar grande parte dos ataques como o que paralisou o Twitter, além dos roubos de identidade ou envio de spam.
Nazario disse que encontrou uma conta do Twitter que enviava mensagens que pareciam não ter sentido, mas que na realidade eram ordens para que os computadores infectados visitassem sites de onde baixavam programas desenhados para roubar senhas bancárias.
A conta no Twitter foi desativada. O serviço de microblog não respondeu de imediato aos e-mails enviados pedindo alguma declaração.
Nazario disse que, aparentemente, a mesma pessoa estava fazendo a mesma coisa no serviço Jaiku, do Google, que é similar ao Twitter. Segundo o Google, a conta foi cancelada.
A técnica descoberta por Nazario não é muito sofisticada e o tamanho da rede de computadores infectados é pqueno comparado com outras botnets que infectam milhares de PCs.
Entretanto, o caso demonstra as maneiras criativas com que os criminosos estão explorando serviços online. Uma razão para que usem as redes sociais é que seu conteúdo não é fácil de supervisionar, e porque as pessoas clicam em muitos links - movimento-chave para disseminar infecções entre computadores.
"Nâo é uma tecnologia espacial, mas é muito eficiente", disse Nazario. "Este é o problema com os serviços de redes sociais gratuitos que as pessoas devem conhecer."
A notícia chega disa depois de um potente ataque de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês) contra o Twitter que, na semana passada, paralisou a rede de microblog por diversos momentos.
Os ataques miravam um blogueiro da Górgia, ex-república soviética, mas afetaram toda a rede e usuários em diversas partes do mundo.
AP