Cientistas europeus apresentaram o protótipo de uma prótese robótica inteligente. A mão mecânica apresentada reproduz todos os movimentos de uma mão natural, além de trazer as sensações ambientais e o sentido do tato.O projeto, que reúne pesquisadores de universidades e empresas, planeja atender às expectativas das pessoas amputadas, que desejam receber um implante artificial que lhes permita reconquistar a maior parte das funcionalidades do membro perdido.
O projeto, batizado de SmartHand, faz parte da iniciativa CyberHand.org, destinada à pesquisa de membros cibernéticos. A iniciativa é hospedada e gerida pelo Laboratorio ARTS ¿ Advanced Robotics Technology and System da Scuola Superiore Sant¿Anna, universidade da cidade italiana de Pisa. Além da SmartHand, que reúne pesquisadores de seis países europeus e mais Israel, o Cyberhand.org hospeda outros cinco projetos de ciberprótese.
O Dr. Göran Lundborg, membro da equipe e especialista em movimentos da mão, afirma que a neurologia já dispõe de um mapeamento bastante preciso do cérebro humano, mostrando que cada nervo estimula partes específicas do cérebro. Usando essas informações, os cientistas colocaram sensores na mão robótica que permitem ativar a maioria das áreas cerebrais, imitando com precisão o funcionamento de uma mão real.
"Nós sabemos quais áreas do córtex cerebral serão ativadas ao estimularmos certos pontos. Em outras palavras, se você pressionar a ponta do indicador da mão artificial, a área equivalente ao dedo indicador daquela mão será ativada no cérebro", explica.
De acordo com os cientistas, a nova mão robótica tem quatro motores elétricos e 40 sensores apenas em sua parte sensorial. Quando pressionados contra um objeto, os sensores enviam os sinais captados para os nervos, ativando a rota até o cérebro. Isto permite que o paciente sinta o objeto como se tivesse de volta a mão amputada.
"Estou usando músculos que eu não usava há anos. Quando pego algo, posso senti-lo em meus dedos, o que é estranho, porque eu não tenho mais os dedos", contou Robin Ekenstam, um dos pacientes que está testando a nova mão artificial. "É incrível", resume ele.
O próximo desafio, segundo os pesquisadores, será miniaturizar os motores e os cabos. Além disso, um novo protótipo também deverá receber uma minúscula unidade de processamento e um sistema de comunicação entre os diversos pontos da pele artificial, o que permitirá aprimorar as sensações e aumentar a funcionalidade da prótese.
A equipe também espera criar um duplo sistema comunicação, no qual tanto os sinais dos sensores serão enviados para o cérebro, quanto os sinais cerebrais ativarão os sensores da mão. "A futura interface neural poderá ser implantada no interior do braço, de onde sairão conexões para a interface da prótese", prevêem os pesquisadores.
Um vídeo com a apresentação da mão robótica pode ser vista no site da Euronews, que divulgou a descoberta, e pode ser visto pelo atalho tinyurl.com/ylnkm7a. Sendo ainda pesquisa, não há qualquer previsão de quando a mão biônica estará disponível.
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