O objetivo das empresas seria disputar mercado com Apple e Google, gigantes dos smartphones que tentam entrar no mercado de televisão.
Segundo a Bloomberg, LG e Phillips apostam que usuários de telefones móveis viciados no consumo de conteúdo desejarão o mesmo acesso, com telas maiores, ao voltarem para casa.
Para que os fabricantes consigam resistir ao avanço da Apple e Google, que tentam conquistar espaço no mercado de televisão, terão de desenvolver um sistema operacional conjunto porque os consumidores não aceitarão mais plataformas concorrentes, disse Klaus Böhm, diretor da divisão de mídia da Deloitte em Düsseldorf, em entrevista à agência de notícias.
"Todos os participantes do mercado precisam considerar esse fator como parte de sua estratégia e, caso tomem a decisão errada, talvez se vejam expulsos do mercado em poucos anos", disse Böhm.
Apple e Google, diz o diretor, "podem ditar padrões contra o consenso do mercado e criar posições em função de seu poder de mercado e de seus argumentos de venda únicos".
A ascensão das duas gigantes americanas de tecnologia já conduziu Nokia e RIM (Research In Motion, criadora dos aparelhos BleckBerry) à irrelevância no mercado de smartphones, e LG e Phillips não querem que o mesmo aconteça a elas.
Por isso, os membros do consórcio chamado Smart TV Alliance desejam garantir que os desenvolvedores de aplicativos possam criar ofertas que funcionem em diferentes televisões, disse Olivier van Wynendaele, gerente de produto e desenvolvimento de negócios de televisores inteligentes da Toshiba.
"Existem muitas plataformas no mercado, e isso cria muita fricção", disse Wynendaele. "Todo mundo está tentando conquistar posição no setor e, com a presença de rivais como a Apple e o Google, existe uma ameaça de fragmentação do mercado." Para o gerente da Toshiba, "é importante trabalhar para a criação de uma plataforma comum".
SISTEMAS PRÓPRIOS
Apesar da união, alguns fabricantes desenvolveram sistemas próprios. Os televisores Sony Bravia, por exemplo, podem ser usados para assistir a filmes e ouvir música em formato stream via Sony Entertainment Network, um serviço que também serve ao console de videogames PlayStation e aos celulares Xperia da companhia.
A Panasonic mostrou o sistema Viera, que permite que o conteúdo seja transferido entre televisores e tablets.
O sistema operacional da LG permite que os usuários obtenham filmes de serviços de vídeo em formato stream.
A Samsung, maior fabricante mundial de TVs inteligentes com participação de mais de 30% no mercado mundial, disse que alianças podem ser mais apropriadas para os rivais de menor porte. "Alianças talvez venham a ser possíveis, mas ainda não chegamos a esse estágio", disse Hyun-suk Kim, diretor das operações de TV da Samsung.
PLATAFORMA UNIFICADA
"Todos estão usando suas plataformas próprias, agora, mas as pequenas empresas encontram forte dificuldade para obter conteúdo e serviços", disse Kim, à Bloomberg. "Ter uma plataforma unificada seria muito útil para o setor, mas não estou certo de que o momento seja apropriado."
"Existem muitas vantagens para os fabricantes de TV na escolha desse caminho, com o abandono de sistemas próprios", disse Andrew Ladbrook, analista da Informa. "Se o Google TV está para chegar, e ele essencialmente é um Android para televisores, pode haver muita vantagem em ter um sistema operacional único para toda a plataforma".