A missão do psicólogo no hospital

A perspectiva de considerar a psicologia e a psicopatologia dentro de um meio totalmente médico é um caminho a recuperar. Depois de séculos, a psicologia (ou a psicopatologia) do paciente distanciou-se das discussões médicas, e o psíquico foi esquecido em função de uma descrição etimológica, orgânica, das patologias. Agora, recuperado esse espaço, a psicologia mostra que os pacientes têm sofrimento psíquico igual ao sofrimento orgânico (Franz, 1967), e com origens patológicas distintas. O paciente começa a ser visto como um todo, corpo e espírito. O indivíduo é, independentemente da patologia, corpo e mente. Mas houve o tempo da separação, em que o funcionamento orgânico precisava ser conhecido tanto quanto o psíquico. Pode-se dizer que era imprescindível dividir em duas dimensões para reconhecer uma patologia psíquica ou orgânica (Franz, 1991). Esses movimentos eram necessários para a ciência num determinado momento. A dicotomia do ser humano entre alma e corpo, proposta pela ciência, possibilitou que as disciplinas se estruturassem. Independentemente da relação existente, elas se auto-afirmaram, se organizaram, passando então a ter autonomia suficiente sobre seu objeto de estudo. Graças a isso, pôde-se confrontar e rever alguns pontos da origem de determinadas patologias ditas orgânicas (Franz, 1967; Fédération Belge des Psychologues - FBP, 1989).

 

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