Meteorologistas tentam fazer previsões menos nebulosas

Da New Scientist


Uma coisa que os especialistas em clima não comentam, em geral, é seu grau de confiança nos resultados de suas previsões. "Nós nos limitamos a fornecer a previsão, sem ter muita idéia de o quanto é provável ou improvável que ela se realize", diz Mat Collins, do Centro Hadley de Previsões e Pesquisas Climáticas, em Bracknell, Berkshire, no Reino Unido. Mas isso não é uma base boa o bastante sobre a qual tomar decisões, advertiu ele aos colegas durante uma reunião da Royal Meteorological Society britânica em Norwich, na semana passada.

Adicionar indicadores de erro potencial às previsões meteorológicas é um dos próximos desafios que o campo terá de enfrentar, diz Collins. "Parece haver uma certa concordância quanto ao fato de que isso está se tornando uma verdadeira prioridade", afirma. Collins e equipe apresentaram durante a reunião os primeiros resultados de um projeto cujo objetivo é quantificar a incerteza dos modelos climatológicos que eles empregam. Os cientistas conduziram experiências com diversas variáveis, como parâmetros descrevendo as nuvens ou a convecção, e depois verificaram os resultados para determinar se as novas versões do modelo se equiparavam ao clima mundial de cada dia.

Os pesquisadores tomaram os 53 resultados que o faziam e os usaram para realizar projeções futuras de como as temperaturas se alterarão caso os níveis de dióxido de carbono na atmosfera se dupliquem. As diferentes versões predisseram aumentos de temperatura que variavam de 1,8 grau a 8,3 graus -uma distribuição muito mais ampla do que a previsão de entre 1,5 e 4,5 graus de aumento de temperatura defendida pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, baseadas nos resultados dos cerca de 10 modelos de computação diferentes sobre o clima adotados em todo o mundo.

Pelo menos em curto prazo, diz Collins, teremos de aceitar que a previsão do tempo se tornará menos segura.

O problema quanto a essa abordagem é que executar diversas versões de um modelo consome muito tempo de computador que poderia ser dedicado à obtenção de previsões muito mais precisas. Mas um projeto único poderia ajudar os estudiosos do clima a fazer um pouco mais. A climateprediction.net usará o tempo ocioso dos computadores pessoais para calcular de que maneira o clima vai mudar. Cada voluntário estará rodando um modelo ligeiramente diferente, e os resultados serão remetidos de volta a um computador central para comparação.

O software pode ser baixado por todos os interessados em www.climateprediction.net, e o site exibirá também os padrões climáticos na tela, à medida que eles tomam parte naquilo que os organizadores esperam venha a se tornar o maior projeto mundial de computação distribuída.
Tradução: Paulo Migliacci

 

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