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Prejuízo a
perder de vista
A história do matemático que apostou em ações e
viu suas
economias virarem pó
Marcelo Ferroni
Quando era pequeno, o
matemático americano John Allen Paulos, de 58 anos, tinha uma estratégia
muito bem definida ao jogar "Banco Imobiliário": atue
agressivamente, compre todas as propriedades do caminho - faça ou não
sentido - e depois barganhe para vencer.
Paulos cresceu, ganhou
seu título de PhD em matemática na Universidade de Wisconsin,
tornou-se professor na Universidade Temple, na Filadélfia, casou-se e
teve dois filhos. Publicou livros de divulgação científica, falando
dos enganos que as pessoas fazem com estatísticas e porcentagens. E foi
então que voltou a jogar, desta vez arriscando-se no mundo do mercado
financeiro. O matemático, que havia feito um bom pé-de-meia ao longo
da carreira, apostou todas as suas fichas em ações. Só que, ao contrário
do "Banco Imobiliário", desta vez perdeu. Tudo.
A experiência traumática
está descrita em seu novo livro, "A Mathematician Plays the Stock
Market" (Um matemático joga no mercado financeiro), lançado
recentemente nos Estados Unidos. Nele, Paulos explica o funcionamento do
mercado de ações e, como fio condutor, detalha como foi vítima de
todos os enganos com números e estatísticas ao colocar suas reservas
em uma empresa norte-americana de grande porte que afundou no ano
passado, depois de um escândalo de fraude contábil.
Questionado sobre o total
do prejuízo, Paulos se recusa a dizer um número preciso. "Você
pode me perguntar, mas isso não garante que eu vá responder",
comenta ele, em entrevista a GALILEU. Mas pelas pistas que fornece, dá
para imaginar que o total está na casa das centenas de milhares de dólares.
Ou seja, um valor mais que considerável.
"Será que o meu
investimento excessivo na WorldCom foi o resultado de uma generalização
incorreta que veio do 'Banco Imobiliário'?", ele se pergunta em
seu livro. Saiba mais de sua história nas páginas seguintes.
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