A misteriosa causa da meningite de um jovem australiano foi finalmente
encontrada no consumo de lesmas cruas.
Ele tinha comido duas lesmas numa demonstração de bravura
cinco semanas antes de adoecer.
Mas a lesma carrega o verme Angiostrongylus cantonensis,
que causa a inflamação cerebral potencialmente fatal.
Especialistas escrevem no Medical Journal of Australia
que, se as pessoas querem comer lesmas, elas deveriam cozinhá-las primeiro, a
fim de matar os vermes que elas carregam.
Sintomas
O rapaz foi internado depois de ter apresentado dores de
cabeça, náusea, vômito, paralisia no pescoço e sensibilidade à luz.
Uma série de testes foram feitos pelos médicos, mas a
origem da doença não pôde ser determinada, e ele teve alta depois de passar
12 dias no hospital.
Mas os sintomas pioraram e, cinco dias depois, ele foi
internado novamente em outro hospital com tonturas, problemas na visão e falta
de sensibilidade nas mãos.
Eletroencefalogramas mostraram lesões no cérebro do
rapaz.
Só então ele admitiu ter comido dois caracóis de um
jardim em Sydney algumas semanas antes de adoecer.
Perigos
Ao comer as lesmas cruas, ele contraiu a parasita Angiostrongylus
cantonensis.
O ser humano normalmente ingere esse verme quando consume
moluscos ou crustáceos crus ou pouco cozidos, ou vegetais e saladas
contaminadas.
O homem recebeu então tratamento para reduzir a pressão
intracraniana.
Aos poucos, ele foi melhorando até que foi liberado do
hospital depois de 17 dias de internação.
Mas levou cinco meses até que ele se recuperasse
totalmente e voltasse à rotina de estudos e competições esportivas.
Uma equipe do Centre for Infectious Diseases and
Microbiology da Universidade de Sydney, liderada pelo médico John Walker,
escreveu no Medical Journal of Australia: "A meningite causada pelo
Angiostrongylus é geralmente leve e se cura espontaneamente em seis
semanas".
Mas ele disse que o verme Angiostrongylus cantonensis
deveria ser considerado uma potencial causa de meningite em pacientes com
sintomas semelhantes e que têm "uma história de consumo de moluscos e
crustáceos não-cozidos".