O Brasil entrou na caça aos sites de distribuição de música
digital na web. Nesta segunda-feira (25/8) foi preso em flagrante o dono do site
"MP3 Forever", Alvir Reichert Junior, em Curitiba (PR), como resultado
de um ação realizada pela Associação Protetora dos Direitos Intelectuais
Fonográficos (APDIF).
Segundo Valdermar Ribeiro, diretor geral da APDIF, após uma apreensão
realizada recentemente em um cybercafé, esta é a primeira ação efetiva
realizada contra um site de distribuição de músicas online no País. A
associação investigava o caso há quatro meses, em parceria com a Promotoria
de Investigações Criminais (PIC), com apoio operacional da Polícia Civil.
Indiciado pelo artigo 184 do novo Código Penal em seus parágrafos 1, 2 e 3
— este último relacionado a crimes cometidos via Internet — Alvir Reichert
Junior foi abordado em sua casa onde foram apreendidos dois computadores e um
drive de gravação, além de alguns CDs piratas.
"A pena pode variar de dois a quatro anos de reclusão, além do
pagamento de indenização cível por cada obra utilizada ilegalmente, cujo
valor costuma ser multiplicado por 3 mil", explica o advogado especializado
em direito eletrônico, Renato M. Opice Blum.
De acordo com o comunicado da APDIF, Reichert oferecia aos internautas planos
de assinatura, de R$ 10 a R$ 35, que davam direito a um CD gravado por mês de
arquivos em MP3, para os quais ele disponibilizava mais de seis mil fonogramas,
além de acesso para o download de mais de 250 álbuns.
“Por meio de um serviço eletrônico de levantamento de sites e servidores,
quando identificamos um site ilegal, enviamos uma notificação extra judicial
para o responsável. Se o serviço não é interrompido fazemos um pedido para
que o provedor de acesso retire o site do ar”, explica o diretor geral da
associação que retirou do ar cerca de 22 mil sites suspeitos, em 2002.
Ribeiro não revela nome do provedor que hospedava o "MP3 Forever”,
mas afirma que a empresa também será responsabilizada. “Os provedores de
acesso também são responsáveis pelo cumprimento da lei”, observa.
Este ano, a APDIF já está de olho em cerca de 5 mil sites suspeitos e não
descarta a possibilidade de partir para intimações de usuários que baixam músicas
na internet, seguindo o exemplo da Recording Industry Association of America Inc.
(RIAA), nos Estados Unidos. “Aqui, até seria mais fácil, porque teríamos
menos usuários, entretanto a estrutura jurídica é menor, porque a ação é
privada e tem que ser apresentada a cada um”, afirma Ribeiro.