Para a Elis Monteiro, mediadora do encontro, é um equívoco
não querer compartilhar um ambiente chamado rede social.
“Não é apenas a questão do miguxês, de evitar quem escreve
errado online, mas sim um preconceito achar que aquilo é só
seu”, afirmou ela.
Já o criador do tumblr Pobregr.am,
George Macedo, imaginou o caminho inverso quando criou seu
blog - uma sátira às fotos publicadas pelos usuários do
aplicativo para iPhone, Instagram. “No Instagram, as pessoas
apenas publicam fotos de comida boa, cerveja importada etc.
Eu comecei a publicar fotos de coxinha e pão com mortadela e
tubaína justamente para provocar essa discussão.” O tumblr
emplacou e logo viralizou na web.
Sozinho na difícil tarefa de defender a prática, o
criador do grupo “Pela não orkutização do Facebook” na rede
social de Mark Zuckerberg, Bruno Antunes, apontou as
correntes que replicam mensagens no mural como a causa de
seu protesto. “Sou contra o uso mal feito. Aquelas mensagens
que dizem ‘Cole isso em seu mural’”, esclareceu ele.
Por último, a coordenadora do programa AcessaSP e
cientista da informação, Suzana Fukushima, disse que o termo
é comumente usado em tom pejorativo e condenou a prática.
“Convivo diariamente com pessoas para as quais uma sala de
bate-papo online é uma novidade. Porém, essas pessoas, que
não têm um nível educacional elevado, também querem se
relacionar, querem produzir e compartilhar conteúdo. Nosso
trabalho é justamente orientá-las”, apontou.
O debate esquentou quando a platéia foi convidada para
participar. Presentes acusaram alguns membros da mesa de
hipocrisia.
De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa CNT/Sensus
e divulgada ontem, o Orkut ainda é a rede social mais
popular entre os usuários brasileiros, com 27,8% da
população nacional inscrita nela. O Facebook aparece na
segunda posição, com 15,8% de adesão, e o Twitter na
terceira, com 8,8%.
O YouPIX vai até sexta-feira no Porão das Artes da Bienal
do Ibirapuera.