O lançamento de um site
chamado "Deputadômetro"
para avaliar o
desempenho de
parlamentares em Santa
Catarina gerou a ira dos
deputados na Assembleia
Legislativa catarinense
nesta quinta-feira.
Idealizado pela
Federação das
Associações Empresariais
do estado (Facisc), a
ferramenta online
promove um "ranking" dos
deputados estaduais que
cumprem o mandato.
Segundo Alaor Tissot,
presidente da entidade,
o sistema acompanha a
atuação dos políticos e
automaticamente gera o
ranking de acordo com
itens pré-estabelecidos.
"O deputadômetro
acompanha inclusive a
assiduidade dos
parlamentares em sessões
e audiências públicas",
afirma. "É uma forma de
contribuir com a
informação à sociedade e
fortalecer o Poder
Legislativo", considera.
Entre os critérios
estabelecidos pela
Facisc estão fidelidade
partidária, presença em
comissões e eventos da
Casa, projetos
apresentados, projetos
aprovados e relação
deles com as promessas
de campanha. O próprio
sistema atualiza
automaticamente o
desempenho, com base nos
dados lançados a cada
semana.
A ideia do "deputadômetro",
lançado na noite desta
quarta-feira, irritou a
grande maioria dos
deputados. Integrantes
do PMDB acusaram a
entidade empresarial de
"jogar para a plateia" e
alguns, como deputado
Manoel Motta, pediram
uma lista das empresas
associadas que estariam
sonegando impostos. "A
Facisc deveria fazer o
mesmo com os outros
poderes e também com os
empresários, para
ranquear os
sonegadores", disse.
"Não podemos admitir que
façam 'wikileaks' com a
Assembleia", completou o
parlamentar, em
referência ao site que
divulga informações
diplomáticas
confidenciais.
Tucanos, democratas e
petistas engrossaram o
coro de revolta com o
sistema de avaliação e
os critérios adotados.
"Isso não é uma escola.
Não se pode avaliar os
deputados dando nota
para eles", afirmou
Edson Andrino (PMDB). A
deputada Luciane
Carminatti (PT) disse
que a oposição estaria
prejudicada nas notas do
"deputadômetro". "Em
menor número no
Plenário, é normal que a
oposição tenha menos
projetos aprovados",
disse.
Nem mesmo o deputado
Amauri Soares (PDT), que
aparece na primeira
colocação geral entre os
40 parlamentares
catarinenses, aprovou o
sistema criado pela
entidade empresariarial.
"Eu trocaria qualquer
posição nesse ranking
para aprovar um projeto
importante apresentado,
como a anistia aos PMs
expulsos da corporação
por participarem do
movimento
reivindicatório de
2008", disse. "São
critérios objetivos,
matemáticos, mas há
diversos outros que
poderiam ser levados em
conta. Não tem nenhum
deputado malandro na
Assembleia Legislativa."
Terra