Ainda assim, a informação pode ser escrita, apagada e reescrita na estrutura molecular do vidro, usando o mesmo laser.
Gravando em 5 dimensões, os cientistas conseguiram colocar a mesma quantidade de dados contida em um disco Blu-Ray - 50 GB - em um pedaço de vidro do tamanho de uma moeda.
Contudo, o laser usado - um laser capaz de produzir pulsos com duração na faixa dos femtossegundos - é bem mais complexo do que o laser de um leitor/gravador de CD ou DVD.
Por isso, a descoberta deverá ter um impacto maior e mais imediato no campo da microscopia e da geração de imagens médicas, ao permitir resoluções acima do limite de difração da luz.
Polarização da luz
Um laser pulsado com polarização fixa consegue produzir arranjos periódicos de voxels em planos muito precisos e finos, com alturas na faixa das dezenas de nanômetros.
Quando a luz atravessa um desses voxels gravados no vidro, ela é conduzida de forma diferente, dependendo da orientação da sua polarização.
Este fenômeno - chamado birrefringência de forma - é a base do funcionamento da nanoestrutura como um conversor de polarização, um mecanismo com largas aplicações em microscopia.
"Antes disso nós tínhamos que usar um modulador de luz espacial baseado em cristais líquidos que custam mais de US$30 mil," explica Peter Kazansky, coautor da pesquisa. "Agora nós simplesmente colocamos esse nanodispositivo no caminho do feixe óptico e temos o mesmo resultado."
A técnica também poderá ser útil nas pinças ópticas, para manipulação de objetos em escala molecular e, segundo os pesquisadores, em aceleradores de partículas miniaturizados.
Inovação Tecnológica